A Importância da Desospitalização para os cuidados de saúde

Para pacientes internados, o ambiente hospitalar pode acabar se tornando estressante. Além disso, nem sempre os cuidados médicos são necessários integralmente. Tendo em vista esses fatores, a desospitalização acaba se tornando uma solução para humanizar o cuidado com pacientes e otimizar os gastos das instituições médico-hospitalares. Continue lendo e saiba mais sobre a importância da desospitalização!

O que é a desospitalização? 

A desospitalização, também conhecida como home care, nada mais é do que o processo de alta hospitalar de um paciente para finalização do tratamento em casa, evitando um período mais longo de internação e visando garantir ao indivíduo todos os cuidados necessários com o conforto e bem-estar de seu próprio lar e convívio com familiares.

O conceito de “desospitalização” surgiu na década de 1970 durante a reforma psiquiátrica, movimento que teve como um de seus maiores objetivos acabar com a internação como forma de exclusão social. Contudo, com o passar dos anos a desospitalização passou a fazer parte dos cuidados da saúde como um todo, visto a necessidade de evitar que pacientes virassem “moradores” dos hospitais, o que não apenas tem um gravíssimo impacto em sua qualidade de vida como também onera os custos hospitalares e dificulta a gestão de leitos.

Assim, com o passar dos anos, “a desospitalização passou a ser um conceito a ser dividido com os demais serviços, para a construção de uma conexão positiva e propositora de cultura a favor da saúde e da cidadania do sujeito. Deixou de ser o simples ato de transferir o cuidado do hospital para o domicílio e passou a se organizar de maneira integrada, multidisciplinar e coordenada em rede, do momento da admissão hospitalar até os cuidados de fim da vida.”³

Portanto, a desospitalização é um processo que visa trazer benefícios tanto para o paciente quanto para a instituição médico-hospitalar, mas para que isso seja possível, ela deve ser feita com cuidado, supervisionada por uma equipe médica interdisciplinar responsável que irá determinar a real possibilidade de alta e da continuidade do tratamento em domicílio, indicando todos os cuidados, soluções e medicamentos que serão necessários no período de recuperação.

Por que é importante desospitalizar?

Quando falamos sobre a importância da desospitalização, uma das primeiras coisas levantadas é a humanização do tratamento ao paciente, que poderá receber todos os cuidados necessários com mais conforto e sem deixar de socializar com pessoas queridas, o que faz com que a recuperação seja, em geral, mais rápida, visto que o nível de estresse do paciente tende a diminuir e sua saúde emocional é fortalecida, o que também contribui com o tratamento – saiba mais sobre o impacto do estresse e da dor em nosso artigo sobre o assunto.

Contudo, é preciso lembrar que existem diversas outros aspectos que tornam a desospitalização um processo importantíssimo, como por exemplo:

  • Aumento da população idosa

Com o passar dos anos cada vez mais o número de idosos cresce no Brasil. 

De acordo com um artigo publicado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, “o número de brasileiros idosos de 60 anos e mais era de 2,6 milhões em 1950, passou para 29,9 milhões em 2020 e deve alcançar 72,4 milhões em 2100. O crescimento absoluto foi de 27,6 vezes. Em termos relativos, a população idosa de 60 anos e mais representava 4,9% do total de habitantes de 1950, passou para 14% em 2020 e deve atingir o impressionante percentual de 40,1% em 2100.”²

Tendo em vista esse cenário, é preciso lembrar que, com o aumento da longevidade, cresce também o número de doenças crônicas e sua permanência, o que pode causar, a longo prazo, uma demanda altíssima dos serviços de saúde, tornando a desospitalização uma opção ainda mais relevante.

  • Aumento dos custos com assistência à saúde

Como apontado no tópico anterior, com o aumento da idade da população, cresce também a demanda por serviços de saúde, o que faz com que os gastos no setor sejam cada vez maiores. Assim, investir em processos que contribuam com a diminuição desses custos também deve ser uma prioridade. Com a desospitalização, os custos de internação podem ser otimizados, o que contribui com a economia da instituição.

  • Prevalência de doenças crônicas

Um artigo publicado pela Revista Brasileira de Epidemiologia sobre um estudo transversal de base populacional e abrangência nacional realizado em 2013 com 60.202 indivíduos com 18 anos ou mais revelou que, na pesquisa realizada, as doenças mais prevalentes foram hipertensão arterial (21,4%), depressão (7,6%), artrite (6,4%) e diabetes mellitus (6,2%)¹. Além disso, em 2019 dados do IBGE mostraram que pelo menos uma doença crônica afetou 52% dos adultos no ano.

Todos esses dados corroboram que atualmente existe uma prevalência de doenças crônicas que representa um grave problema de saúde pública no Brasil. Tais doenças exigem um acompanhamento contínuo, mas não necessariamente em ambiente hospitalar. Assim, mais uma vez a desospitalização é uma ótima opção, garantindo que o paciente com doença crônica receba os cuidados necessários a longo prazo sem precisar estar no hospital permanentemente.

Quais são os benefícios da desospitalização?

Tendo em vista os fatores que explicitam a importância da desospitalização, é importante apontar também quais são os benefícios que esse processo tem para a saúde do paciente e para a instituição médico-hospitalar como um todo. 

  1. Diminuição do risco de contração de infecções hospitalares, pois o paciente não estará frequentemente exposto aos microrganismos nocivos geralmente muito presentes em ambientes hospitalares;
  2. Otimização e liberação da ocupação de leitos no hospital, garantindo que pacientes que precisam de cuidados constantes possam ser internados para ficar sob supervisão médica integral;
  3. Contribui com a diminuição dos custos do tratamento, tanto para os pacientes quanto para as operadoras;
  4. Garante um tratamento contínuo saudável tanto para o corpo, quanto para a mente, pois o paciente não precisa se isolar socialmente de amigos e familiares, aumentando a sensação de bem-estar e segurança.

Quais são os desafios da desospitalização?

Como apontado, as vantagens da desospitalização são inúmeras, contudo é preciso lembrar que esse não é um processo simples e geralmente vem acompanhado de alguns desafios que podem dificultá-lo, por isso, é fundamental que a equipe médica esteja preparada para lidar com esses problemas e tenha à disposição soluções de alta qualidade para realizar a desospitalização com eficiência e segurança. Entre os principais desafios, podemos citar a dificuldade dos familiares em se sentirem seguros com a desospitalização.

Muitas vezes os familiares do paciente podem ter insegurança com o processo, afinal, ter uma equipe médica à disposição todas as horas do dia traz mais tranquilidade de que o adoentado está sendo cuidado da melhor forma possível. Nesse sentido, explicar para todos os envolvidos que a desospitalização não é indício de queda na qualidade do tratamento deve ser uma prioridade da equipe.

Por outro lado, assim como os familiares devem estar preparados, os profissionais também precisam, pois será um dever deles orientar a família e cuidadores do paciente sobre todos os cuidados necessários e como continuar o tratamento com segurança. Por isso, é preciso que os profissionais também estejam preparados para educar e confiar na autonomia do paciente de seguir o tratamento como lhe foi orientado.

As finanças também podem ser um obstáculo para a desospitalização, pois todo tratamento gera algum tipo de gasto com soluções, equipamentos e acomodações. Contudo, é necessário lembrar que a internação tem gastos de manutenção muito mais altos do que somente as soluções e equipamentos utilizados, incluindo também o tempo dos profissionais que serão dispensados para cuidar desse paciente, os enxovais e todos os demais gastos fixos do hospital.

Sendo assim, ao colocar na ponta do lápis fica claro que o custo de internação é muito mais alto para o hospital do que a desospitalização, por isso o melhor é reservar os leitos apenas para casos estritamente necessários para o paciente. Além disso, vale lembrar que no ambiente hospitalar o indivíduo está sujeito a inúmeros tipos diferentes de microrganismos, por isso, as chances de infecções cruzadas aumentam consideravelmente e, caso o paciente venha a ter complicações, o tempo de internação também aumentará, tendo impacto direto nos custos da instituição.

Outro ponto a ser considerado é a infraestrutura e acomodações necessárias para garantir o home care, já que nem sempre a casa do indivíduo possui um espaço disponível para comportar o tratamento. Nesse momento a conversa com a família é essencial para entender o que pode ser feito. Além disso, é importante lembrar que com a desospitalização os profissionais devem continuar envolvidos no tratamento, explicando sobre os cuidados e soluções que serão essenciais durante o período e avaliando o paciente periodicamente, conforme necessário.

Por fim, é importante ressaltar que para a desospitalização ser realizada com segurança e qualidade, é primordial contar com soluções de alta qualidade, que possam ser utilizadas facilmente pelo paciente com o devido auxílio de seus familiares, afinal, os cuidados devem continuar!

Por isso, é preciso contar com produtos de excelência, que priorizem o bem-estar e qualidade de vida do paciente e, ao mesmo tempo, sejam fáceis de manejar por pessoas que não tenham conhecimento técnico na área da saúde. E na Júpiter você encontra essas soluções! 

Nosso catálogo é completo e possui diversos produtos para ajudar no processo de desospitalização do paciente, possibilitando um tratamento seguro e eficiente, contribuindo com um home care que, a longo prazo, possa trazer vantagens e benefícios tanto para o paciente quanto para a instituição de saúde!

E para saber mais sobre a importância da desospitalização e as soluções disponíveis para ajudar nesse processo você pode contar com os especialistas da Júpiter Distribuidora! Estamos preparados para tirar todas as suas dúvidas e entender suas demandas para indicar os serviços e produtos mais adequados.

REFERÊNCIAS

Prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e associação com autoavaliação de saúde: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013 – Revista Brasileira de Epidemiologia¹

Envelhecimento populacional continua e não há perigo de um geronticídio – Universidade Federal de Juiz de Fora, 2020²

Desospitalização: Reflexões para o cuidado em saúde e atuação multiprofissional – Ministério da Saúde, 2020³

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