Tratamento de Úlceras Venosas: Diretrizes e as Melhores Soluções!

Tratamento de Úlceras Venosas

Você sabe quais são as diretrizes para o tratamento de úlceras venosas e quais são soluções mais indicadas para garantir um processo de cicatrização rápido e menos traumático para o paciente? Continue lendo e saiba mais!

 A Complexidade do tratamento de úlceras venosas

Números oficiais apontam que as úlceras venosas possuem mortalidade quase nula, contudo, tal fato não invalida a seriedade do problema que essas lesões representam para os indivíduos acometidos. Grande causadoras de morbidade, as úlceras venosas, com sua natureza recorrente e de longa duração, causam desconforto e, muitas vezes, incapacitam pacientes, afetando diversos aspectos da sua vida e impactando negativamente suas interações sociais. Além disso, caso não sejam tratadas corretamente, cerca de 30% das úlceras venosas apresentam recidiva no primeiro ano após a cicatrização, e no segundo ano essa taxa chega a 78%. ¹

Apesar dessas estatísticas alarmantes, ainda é comum que a úlcera venosa seja negligenciada por pacientes e profissionais, e a diversidade de condutas que existem para tratamento dessas lesões não contribui com a solução do problema, pois muitas vezes as inúmeras opções causam no profissional uma enorme incerteza a respeito da melhor conduta a ser adotada¹

Além disso, é preciso lembrar que o tratamento de feridas de qualquer etiologia é um processo muito dinâmico, que depende de avaliações constantes e que deve ser personalizado considerando as necessidades e dores individuais de cada paciente para que seja possível realizar prescrições corretas e obter os melhores resultados. Portanto, os tipos de curativos e produtos que serão utilizados precisam ser avaliados de acordo com as suas indicações, contra-indicações, custo e eficácia, características que podem variar de acordo com o momento evolutivo do processo cicatricial.²

Quando falamos especificamente das úlceras venosas, é fundamental que o tratamento evolua com base em quatro condutas: 1. Tratamento da estase venosa, utilizando terapia compressiva; 2. Terapia tópica, com escolha de coberturas locais que mantenham úmido e limpo o leito da ferida e sejam capazes de absorver o exsudato; 3. controle da infecção com antibioticoterapia sistêmica e 4. Prevenção de recidivas.²

 Terapia compressiva

Paul Unna foi um dermatologista do século XIX que com seu trabalho contribuiu imensamente com o tratamento de feridas. Responsável pelo desenvolvimento de uma bandagem feita de óxido de zinco que promove contenção para o tratamento de úlceras venosas, Unna tornou a contenção do membro afetado, associado à movimentação do paciente para ativar a bomba da panturrilha e assim estimular o retorno venoso, a principal terapia para feridas de etiologia venosa. Com o passar do tempo este conceito foi melhor observado e passou por atualizações até chegarmos à conclusão que sistemas de compressão seriam a melhor opção para o tratamento destas lesões.

Com a compressão do membro, a pressão exercida sobre a perna obriga o fluido dos espaços intersticiais a retornar para o compartimento vascular ou linfático, o que ajuda a minimizar ou reverter as mudanças que a hipertensão venosa crônica provoca na pele e na rede vascular, incluindo a  hiperpigmentação, o eczema, a lipodermatoesclerose, as varizes e, claro, as úlceras.

A vantagem da compressão sobre a contenção é que o paciente recebe o estímulo de retorno venoso independente do seu nível de atividade e por períodos maiores de tempo.

E para que seja possível obter esse resultado, é preciso contar com soluções de qualidade, como a bandagem Setopress, desenvolvida pela Molnlycke, que possibilita dois níveis diferentes de compressão (30mmHg e 40mmHg), sendo a solução ideal para tratar condições que requerem compressão graduada nos membros inferiores, como as úlceras venosas! Fornecendo alta compressão de forma eficaz, Setopress também é suave o suficiente para ser usada com sapatos e incentivar a mobilidade, diminuindo as dificuldades de adesão ao tratamento por pacientes pouco acostumados com a compressão.

Terapia Tópica

É bastante comum que as úlceras venosas apresentem tecido necrótico e sejam altamente exsudativas, por isso, é imprescindível optar por coberturas que mantenham úmido e limpo o leito da ferida e sejam capazes de absorver o exsudato. Além disso, elas devem ser não aderentes e capazes de propiciar o desbridamento autolítico, características que ajudarão a promover um ambiente propício para o desenvolvimento do processo cicatricial. Assim, a cobertura ideal para a úlcera venosa precisa: ²

  • Absorver o excesso de exsudato
  • Fornecer ambiente térmico e contribuir com a manutenção da umidade
  • Ser estéril e livre de contaminantes
  • Não deixar material remanescente na ferida
  • Reduzir a dor da úlcera
  • Não causar trauma na remoção

Apesar das exigências serem muitas, hoje temos excelentes soluções no mercado que as atendem, como Mepilex Transfer, que é uma camada de espuma de contato primário com a ferida que absorve o exsudato, transferindo esse fluido para uma cobertura absorvente secundária, ajudando a manter o ambiente úmido da ferida. Essa solução também conta com a exclusiva tecnologia Safetac, que é uma camada de contato com aderência de silicone para diminuição da dor, garantindo menor trauma durante as trocas de coberturas.

Outro produto que também apresenta excelentes resultados no tratamento de úlceras venosas é o Molnlycke Exufiber, um curativo de fibra gelificante, não tecido e estéril, com retenção avançada de fluido para feridas altamente exsudativas que reduz o risco de extravasamento e maceração. Ao entrar em contato com a ferida, essa solução se transforma em um gel e, com sua exclusiva Tecnologia Hydrolock, bloqueia as bactérias nocivas no fluido!

Controle da infecção

Para que seja possível controlar a infecção na ferida, a limpeza é essencial. Para tanto, deve-se selecionar um fluido não tóxico, capaz de  remover do leito da lesão o tecido necrótico liquefeito, exsudato e corpos estranhos para que seja possível criar um bom ambiente para a cicatrização e controlar a concentração bacteriana.²

Além disso, existem soluções como Mepilex Transfer AG e Exufiber AG, que além de garantirem todos os benefícios citados anteriormente, também possuem ação antimicrobiana que reduz a biocarga na ferida. Mepilex Transfer AG inativa bactérias e fungos na ferida no período de 30 minutos, até 14 dias, e Exufiber AG mata 99% das bactérias em 24 horas, contribuindo com o controle da infecção!

Prevenção de recidivas

Por fim mas não menos importante, é ideal que após a cicatrização o paciente adote algumas medidas para evitar o reaparecimento das úlceras, como: ²

  • Manter repouso e a elevação dos membros inferiores
  • Uso de meias de compressão para prevenir o edema e melhorar o efeito da bomba muscular
  • Caminhada e exercícios para manutenção da bomba muscular
  • Reduzir o peso corporal
  • Realizar avaliação clínica periódica para pesquisa de anemia, desnutrição, hipertensão e insuficiência cardíaca
  • Tratamento de eczemas 
  • Evitar traumatismos de membros inferiores
  • Tratamento de infecções bacterianas e fúngicas

A importância da autonomia do paciente 

Além das diretrizes citadas, é muito importante que a equipe multidisciplinar, composta por enfermeiros, auxiliares, nutricionistas, médicos e psicólogos incentive o paciente a praticar o autocuidado, o que envolve não apenas oferecer os conhecimentos e ferramentas para que o indivíduo tenha mais autonomia mas, também, incluí-lo em seu próprio tratamento, nas discussões e planejamentos para que seja possível encontrar as melhores soluções.³

Apesar da inclusão do paciente nas decisões parecer uma medida não tão produtiva de primeiro momento, é preciso lembrar que os indivíduos acometidos por úlceras venosas enfrentam sintomas que podem fragilizar sua saúde emocional,como dores fortes e secreções. Por isso, oferecer ao paciente a competência para entender as manifestações do seu corpo e dar-lhe a autonomia para contribuir ativamente com a resolução dos problemas desencadeados pela lesão é essencial.³

Então, a equipe precisa capacitar o indivíduo para que ele possa entender as decisões e definições de metas para o tratamento, garantindo a manutenção de uma boa relação entre a equipe de saúde e os pacientes!

Saiba mais sobre o papel do enfermeiro e o impacto na vida do pacientes:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA – ÚLCERAS VENOSAS: UMA REVISÃO DA LITERATURA – RENATO COELHO FURTADO – DATA DE PUBLICAÇÃO: 2014¹ 

DIRETRIZES PARA O TRATAMENTO DA ÚLCERA VENOSA  – DATA DE PUBLICAÇÃO: 2010²

REVISTA GAÚCHA DE ENFERMAGEM – ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA AUTOESTIMA, AUTONOMIA E AUTOCUIDADO DAS PESSOAS COM FERIDAS CRÔNICAS – DATA DE PUBLICAÇÃO: 2014³


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