A limpeza de instrumentais hospitalares inclui diversas complexidades, etapas e soluções a fim de garantir que o paciente receba o melhor atendimento à saúde possível. Assim, utilizar produtos que assegurem a qualidade da desinfecção e ajudem a evitar a formação de biofilme nos equipamentos e artigos utilizados em atendimentos, exames e cirurgias é essencial. Confira o texto e saiba mais sobre o assunto:
Já há muitos anos é conhecido que a presença de microrganismos nocivos em superfícies hospitalares e nos instrumentais e artigos médicos utilizados no atendimento à saúde está diretamente relacionada com a transmissão de infecções hospitalares e suas subsequentes consequências como o aumento de mortalidade e morbidade.
Segundo Cardoso et al (2008) ³, surtos causados por M. abscessus e M. chelonae já têm sido identificados desde a segunda metade da década de 70 e inúmeros casos de infecção após trauma, cirurgia ou outros procedimentos já foram documentados, incluindo nos seguintes procedimentos:
- Cirurgia cardíaca;
- Cirurgia plástica facial;
- Cirurgia dermatológica;
- Mamoplastia para implante de prótese;
- Acupuntura;
- Lipoaspiração;
- Injeção de silicone;
- Prótese mamária;
- Implante de prótese;
- Colocação de marca-passo;
- Injeção subcutânea;
- Injeção de esteroides;
- Injeção de medicações alternativas.
Assim, pode-se perceber que os riscos estão presentes nos mais diversos tipos de procedimentos, dos mais simples aos mais complexos, por isso, de acordo com os órgãos regulamentadores, a limpeza e desinfecção de instrumentais e superfícies hospitalares devem passar pelos mais rigorosos processos, afinal, eliminar vírus, fungos e bactérias nem sempre é uma tarefa simples ou de etapa única.
As micobactérias são um exemplo de forma bacteriana resistente a soluções desinfetantes e, de acordo com diversos estudos conduzidos sobre o tema, essa resistência tem como causa principal o fato de que a parede da célula apresenta baixa permeabilidade, pois ela é constituída por um alto conteúdo de ácidos micólicos e lipídicos que, conjuntamente, acabam agindo como uma barreira para as soluções utilizadas durante o reprocessamento e limpeza.
Portanto, utilizar agentes químicos que possuam fórmulas eficazes é essencial para contornar esse problema, assim como escolher diferentes soluções – que sejam adequadas – para diferentes etapas de limpeza e esterilização. Afinal, as falhas no reprocessamento de instrumentais podem ter graves consequências, prejudicando a qualidade dos cuidados com a saúde e levando à formação de biofilme.
De acordo com o Informe Técnico Nº 01/2009 – Princípios Básicos para Limpeza de Instrumental Cirúrgico em Serviços de Saúde, publicado pela Anvisa, “a presença de resíduos de tecidos e outros fluidos corporais pode resultar na formação de camadas de matéria orgânica, que podem ser mais difíceis de serem removidas e esta situação é exacerbada pela formação de biofilmes. O biofilme é uma forma de organização bacteriana onde a bactéria adere rapidamente às superfícies úmidas e formam colônias organizadas de células envoltas por uma matriz.
Essa matriz é composta, principalmente, de polissacarídeos que facilitam a adesão na superfície. A presença de sujidade também pode promover uma coleção de sujidade adicional que após ser alcançada uma densidade crítica, os fragmentos de biofilme se soltam devido a um processo de despolimerização. Dessa forma, os fragmentos podem ser adquiridos e transferidos para um paciente através de instrumentos acessórios durante a cirurgia. (VICKERY; PAJKOS; COSSART, 2004)” ¹
Portanto, fica claro que é fundamental que o reprocessamento de instrumentais seja realizado com o máximo de rigor, seja ele feito manualmente ou com uso de equipamentos como reprocessadoras automáticas que, muitas vezes, são essenciais para que seja possível realizar a limpeza completa.
E quando falamos de lumens estreitos ou equipamentos/instrumentais que tenham articulações e superfícies corrugadas, o cuidado deve ser ainda maior, pois eles podem ser mais difíceis de limpar e qualquer tipo de matéria orgânica que tenha restado do processo de pré-limpeza, que visa justamente remover qualquer matéria orgânica residual, pode diminuir a eficácia das soluções desinfetantes.
Assim, é muito importante aplicar a etapa de pré-limpeza utilizando soluções de alta qualidade para evitar que qualquer resquício de matéria orgânica seque e acabe por aderir ao artigo, pois a presença de sangue pode interferir e prejudicar a limpeza.
Para remover matérias orgânicas, as soluções enzimáticas são as mais recomendadas, pois suas combinações de enzimas, que podem incluir Amilase, Lipase, Protease, Liquanase e Endolase, são capazes de remover dos instrumentais proteínas, lípides e carboidratos.
Contudo, apesar de sua eficácia é importante lembrar que o uso de tais detergentes pode contribuir para que a concentração de proteína no artigo sofra um aumento anormal, por isso, o processo de enxágue deve ser realizado com muito cuidado a fim de garantir que a remoção do excesso dessas proteínas seja realizada de forma adequada.
De acordo com Lipscomb; Sihota; Keevil, 2006² é estimado que 15 a 30% das infecções adquiridas em hospitais podem ser prevenidas através de uma aplicação mais efetivas dos conhecimentos que possuímos atualmente, no entanto, de acordo com esses autores, também é difícil calcular qual é o impacto exato que a melhoria dos métodos de descontaminação iria ter nos serviços de saúde, apesar de ser um consenso que as falhas nos processos convencionais são responsáveis por uma ampla variedade de infecções.
Desse modo, é imprescindível que o reprocessamento de artigos e instrumentais médicos seja feito com o uso de soluções de altíssima qualidade que tenham fórmulas eficazes para que seja possível garantir que qualquer microrganismo nocivo seja eliminado durante o processo, evitando, dessa forma, a exposição dos pacientes a riscos desnecessários.
E para que isso seja possível, você pode contar com a Júpiter Distribuidora. Em nosso catálogo temos uma linha completa de produtos para limpeza, incluindo desinfetantes de alto nível, saneantes e detergentes enzimáticos para reprocessamento de artigos e instrumentais, ajudando a garantir a mais segurança para o atendimento de pacientes e mais qualidade para a assistência à saúde.
Veja também:
REFERÊNCIAS:
- ANVISA (AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA) – INFORME TÉCNICO No 01/09 – PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA LIMPEZA DE INSTRUMENTAL CIRÚRGICO EM SERVIÇOS DE SAÚDE ¹
- LIPSCOMB, I. P.;. SIHOTA, A. K; KEEVIL, C. W. Comparative Study of Surgical
Instruments from Sterile-Service Departments for Presence of Residual Gram-Negative Endotoxin and Proteinaceous Deposits. Journal of Clinical Microbiology. Vol. 44, No. 10, p. 3728–3733, Oct. 2006.²
- CARDOSO, A.M. et al. Emergence of nosocomial Mycobacterium massiliense infection in Goiás, Brazil Microbes and Infection. p.1-6, Out. 2008.³
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