Tudo o que você precisa saber sobre Enxerto de Pele

Enxerto

Você já ouviu falar de enxerto ou enxertia? Essa técnica que envolve um transplante de pele é, atualmente, bastante comum, mas nem por isso deixa de ser complexa. Neste artigo, vamos falar sobre tudo o que você precisa saber sobre enxertos, incluindo tipos, aplicações e cuidados pós-operatórios. 

O que é o Enxerto?

A enxertia (também conhecida como transplante de pele) é uma técnica cirúrgica reconstrutiva caracterizada pela “transferência da pele de uma região para outra”¹. Em geral, não é incomum que as pessoas também chamem a técnica de “enxerto”, contudo, esse último termo é, na verdade, a parte do tecido que será transplantado de um lugar para o outro.

Muito efetivo para restaurar uma ferida, a enxertia consiste na remoção de um “segmento de epiderme e derme de espessura variável obtido cirurgicamente de uma área doadora a fim de ser implantado numa área receptora.”¹

Entre os benefícios da técnica podemos citar:

  • Cicatrização mais rápida de diversos tipos de feridas;
  • Redução da aparência das cicatrizes;
  • Diminuição dos riscos de infecção.

Sendo assim, geralmente, a enxertia é utilizada em casos em que uma sutura simples e/ou curativos não são efetivos para garantir o fechamento da ferida, o que pode causar atrasos na cicatrização, forte dor e aumento do risco de contaminação.

Por que um Enxerto pode ser necessário?

Como apontado anteriormente, os enxertos são usados para reparar feridas e para reconstruções. Assim, geralmente, entre as situações para as quais a enxertia é indicada, podemos citar:

  • Câncer de pele
  • Queimaduras
  • Abrasões
  • Lesões por pressão
  • Tratamento de alopecias e leucodermias
  • Necrose
  • Deformações congênitas
  • Infecções graves de pele

Quais são os tipos de Enxertos?

De acordo com conteúdo disponibilizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, os enxertos podem ser classificados levando em consideração a origem do tecido usado, sendo no total 7 tipos diferentes:²

  • Enxerto de pele total
  • Enxerto de pele parcial
  • Enxertos compostos
  • Autoenxerto
  • Homoenxerto ou aloenxerto
  • Isoenxerto
  • Xenoenxerto

Entenda o que caracteriza cada um:

  • Enxerto de pele total: caracteriza-se pela presença da epiderme e a total espessura da derme.
  • Enxerto de pele parcial: caracteriza-se pela preservação da derme na área doadora, possibilitando assim a reepitelização da mesma, por meio das células epiteliais procedentes dos sistemas pilossebáceos e das glândulas sudoríparas remanescente na área doadora.
  • Enxertos compostos: consistem em uma porção intacta contendo toda epiderme e a derme, com um componente adicional de gordura ou cartilagem. Ex: enxerto condrocutâneo (pele conectada a uma das faces da cartilagem), enxerto condrobicutâneo (pele conectada a ambas a face da cartilagem), enxerto dermogorduroso (derme com tecido gorduroso).
  • Autoenxerto: quando o doador e o receptor são o mesmo indivíduo.
  • Homoenxerto ou aloenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos diferentes, porém da mesma espécie. Ex: curativo biológico (utilizado de forma temporária).
  • Isoenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos diferentes, porém, geneticamente idênticos. Ex: gêmeos univitelinos.
  • Xenoenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos de espécies diferentes. Ex: curativo biológico (pele de porco utilizada em seres humanos).”²

Cuidados pós-operatórios com o Enxerto

Os cuidados pós-operatórios com a enxertia envolvem tanto a área tratada quanto a região doadora. Confira algumas das recomendações principais:

1. Cuidado com o primeiro curativo compressivo: composto por uma camada fina de pomada (vaselina sólida, petrolatum) e uma gaze não aderente, ele é feito na área receptora e é essencial que permaneça intacto por 24 a 48 horas. Após esse período, o médico ou enfermeiro deverá realizar a avaliação e troca.³

2. Sobre a limpeza: com as trocas de curativo a cada 24 a 48 horas, os pacientes devem ser orientados a limpar a ferida com água e sabão neutro ou com soro fisiológico.³

3. Sobre a rotina e estilo de vida do paciente:³

  • Não molhar o curativo nas primeiras 24 horas depois da cirurgia e evitar atividades nas quais  a parte lesionada fique submersa para diminuir os riscos de infecção e deiscência.
  • Evitar atividade física por, no mínimo, 48 horas após a cirurgia.
  • Suspender o hábito de fumar ou, no caso de dependência, limitar o uso ao mínimo possível, pois o tabaco é um grande inibidor da cicatrização.
  • Suspender o consumo de bebida alcoólica, pois o álcool dilata os vasos sanguíneos, provocando inchaço e aumentando o risco de sangramentos.

4. Sobre os pontos: Cada caso deverá ser avaliado individualmente, contudo, é consenso que os pontos devem permanecer o mínimo de tempo possível para que seja possível diminuir a aparência das cicatrizes. Dessa forma, assim que ocorrer a epitelização completa ao longo das margens da ferida, os pontos podem, em geral, ser retirados.³

É importante lembrar que essas são recomendações gerais, baseadas na literatura, a fim de padronizar os cuidados, mas que não substituem as recomendações médicas específicas para cada caso, considerando o estado do paciente e quaisquer doenças pré-existentes.

Por fim, falando da área doadora, é essencial que o paciente adote cuidados a fim de manter a área limpa, evitar infecções, garantir a hidratação e favorecer a cicatrização. Nesse sentido, usar curativos que propiciem um ambiente favorável para a cicatrização e não causem trauma no momento da troca para proteger o leito da ferida.

Qual o curativo ideal para usar depois da Enxertia?

Considerando as informações sobre cuidados pós-operatórios, um curativo altamente recomendado é o Mepitel One da Molnlycke!

O Mepitel One é um curativo de contato, desenvolvido para tratar uma variedade de feridas exsudativas, incluindo enxertos de espessura parcial e total. Sua estrutura permite uma aplicação efetiva em conjunto com pomadas tópicas, permitindo que elas passem para a ferida. Além disso, pode ser usado em combinação com malha tubular e por baixo de sistemas de compressão, podendo ser utilizado por até 14 dias fazendo a manutenção somente da cobertura absorvente secundária , dessa forma, reduzindo os riscos de danos ou mesmo perda do enxerto realizado.

A camada de contato de Mepitel One é feita de silicone, permitindo que ele se molde na pele sem aderir à ferida, o que resulta na diminuição da dor e trauma nas trocas e, também, na proteção do tecido novo e pele intacta, o que propicia uma cicatrização natural e mais rápida.

Todas essas características favorecem o quadro pós-operatório da enxertia, assegurando bem-estar para o paciente e uma cicatrização mais rápida.

Você conhecia essa solução? E quanto à enxertia, você sabia a importância dessa técnica? Continue nos acompanhando para não perder conteúdos relevantes sobre saúde e bem-estar!

Referências

Uso de esponja cirúrgica para curativo compressivo de enxerto cutâneo – Anais Brasileiros de Dermatologia, 2004¹

Enxertos e retalhos – Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica²

Orientações pós-operatórias na cirurgia dermatológica: revisão da literatura em perguntas e respostas – Surgical & Cosmetic Dermatology, 2019³

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