Miniguia Feridas Agudas: O que são, como ocorrem e por que tratá-las

Saúde Mental e Cicatrização

As feridas podem ser classificadas quanto à causa, ao conteúdo microbiano, ao tipo de cicatrização, ao grau de abertura e ao tempo de duração. Quando falamos em duração, as lesões são classificadas em agudas ou crônicas. Mas você sabe o que é uma ferida aguda? Veja a seguir:

O que são Feridas Agudas?

Feridas agudas são as lesões que cicatrizam espontaneamente sem complicações por meio das três fases normais da trajetória da cicatrização: inflamação, proliferação e remodelação.² Para alguns autores, esse processo pode ter cinco estágios: coagulação, inflamação, proliferação, contração da ferida e remodelação.⁴

Como as Feridas Agudas geralmente ocorrem?

As feridas, no geral, ocorrem por rupturas estruturais ou fisiológicas. Quando falamos das agudas, elas podem ser de origem cirúrgica (incisões, excisões), ou não cirúrgica (abrasões, traumatismos, queimaduras e processos alérgicos).²

Feridas Agudas podem ser bastante exsudativas?

A produção excessiva de exsudato é uma das complicações mais comuns de feridas e eleva a dificuldade do tratamento. O foco no manejo das lesões, portanto, é prevenir a infecção e complicações como o excesso de exsudato, seja em feridas crônicas ou agudas.

Porém, vale ressaltar que o exsudato tem papel fundamental no processo de cicatrização das lesões de pele, pois mantém o leito da ferida úmido, favorecendo a migração celular e acelerando a cicatrização. Entretanto, se não controlado e em excesso, pode causar a maceração das bordas da lesão, retardando o processo cicatricial, favorecendo infecções e aumentando o tamanho das feridas.¹

As Feridas Agudas podem virar Feridas Crônicas?

Normalmente, a cicatrização de feridas agudas é um processo bem organizado que leva ao reparo tecidual previsível. Contudo, se isso não acontecer e a ferida perdurar por pelo menos 6 meses, ela se torna crônica.

Sendo assim, as feridas crônicas já foram feridas agudas, mas, por algum motivo, não passaram pela cicatrização da forma prevista, seja por nutrição inadequada, doenças pré-existentes, pressão na lesão, tratamento tópicos e curativos inadequados, além de outras causas.

Se as feridas forem contaminadas por bactérias ou infectadas clinicamente, é provável que a cicatrização seja prejudicada. ¹ É importante ressaltar que a maioria das feridas crônicas começa como pequenas lesões traumáticas. Lesões penetrantes, picadas de insetos ou mesmo arranhões simples de pele seca que normalmente cicatrizam em alguns dias/semanas, mas que podem levar à formação de uma ferida que não cicatriza em pacientes com patologias subjacentes, como neuropatias induzidas por diabetes e não diabéticas. ³

Por que é importante tratá-las corretamente?

As feridas podem trazer muita dor e desconforto aos pacientes e são um grande problema também para as instituições de saúde, uma vez que aumentam a permanência em hospitais e os custos econômicos no tratamento. Como vimos no item anterior, uma ferida aguda não tratada adequadamente pode vir a se tornar uma ferida crônica, trazendo sérios riscos à saúde do paciente.  Portanto, o manejo correto das feridas visa a cicatrização e deve ser fator crucial a fim de evitar complicações.

Referências

1 – Curativos de prata no tratamento de feridas exsudativas – uma revisão sistemática – Disponível em https://revistas.mpmcomunicacao.com.br/index.php/revistaferidas/article/view/1402/1614

2 – Feridas e avaliações e terapias tópicas – Coren- SP – disponível em  https://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/FERIDAS_ELAINE_30.01.14.pdf

3 – Acute and Impaired Wound Healing: Pathophysiology and Current Methods for Drug Delivery, Part 1: Normal and Chronic Wounds: Biology, Causes, and Approaches to Care. Tatiana N. Demidova-Rice, Michael R. Hamblin, Ira M.Herman. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3428147.

4 – Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares – Parte I* Cicatrization: current concepts and auxiliary resources. Samuel Henrique Mandelbaum, Érico Pampado Di Santis, Maria Helena Sant’Ana Mandelbaum. Disponível em https://www.scielo.br/j/abd/a/nL3Wsv5LbQN9V7QYwtkc5yh/?lang=pt&format=pdf.


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