Miniguia: fatores que afetam a cicatrização de feridas

cicatrização de feridas

A cicatrização de feridas pode ser um processo longo, a depender da gravidade da lesão. Durante esse período, diversos fatores podem afetar o curso natural da cicatrização, ocasionando atrasos e complicações. 

A princípio, vamos citar os principais fatores responsáveis por afetar o processo cicatricial. Confira e entenda a importância de aplicar os devidos cuidados para evitar a permanência de feridas.

Fatores locais que afetam a cicatrização de feridas

São inerentes à ferida e suas condições gerais.¹

  • Localização da ferida;
  • Infecção local (bacteriana) e grau de contaminação;
  • Profundidade da ferida;
  • Grau de contaminação e presença de secreção;
  • Presença de corpo estranho;
  • Existência de necrose tecidual;
  • Edema e/ou hematoma;
  • Ambiente seco ou excessivamente úmido.

Fatores sistêmicos que afetam a cicatrização de feridas

São inerentes ao paciente e sua condição de saúde.¹

  • Idade;
  • Faixa etária;
  • Estado nutricional;
  • Presença de doenças crônicas;
  • Insuficiências vasculares;
  • Uso de medicamentos como antibióticos, agentes quimioterápicos, anti-inflamatórios, entre outros.

Tratamento tópico inadequado

Se refere à aplicação de medidas inadequadas de cuidado com a ferida, como por exemplo, o uso de sabão tensoativo em lesões abertas, o que pode causar morte celular (ação citolítica). Além disso, o uso excessivo de soluções antissépticas, especialmente em feridas que não apresentam sinais de infecção, também pode causar morte celular, afetando o processo cicatricial.¹

Assim, a depender dos fatores citados, a cicatrização de uma ferida pode acontecer mais facilmente ou, ainda, ser mais complicada. Por exemplo, a pele de um idoso com diabetes, irá apresentar mais dificuldades de regeneração do que de um indivíduo de 30 anos sem doenças crônicas.

Além dos fatores citados, também é fundamental estar atento às complicações mais comuns que podem ocorrer durante a cicatrização, como:¹

  • Deiscência: separação das bordas da ferida;
  • Hemorragia interna e/ou externa;
  • Fístulas: ligação anormal entre um órgão ou vaso sanguíneo com uma estrutura a qual normalmente não está conectado;
  • Evisceração: saída de vísceras através de uma ferida.

Como garantir as condições ideais para o processo de cicatrização de feridas?

Para garantir que a ferida esteja em condições ideais para que o processo de cicatrização ocorra, é necessário assegurar que determinados componentes apresentem um status adequado. Dessa forma, esses componentes foram resumidos no acrônimo TIMERS, que sumariza importantes pilares quanto a preparação do leito da ferida e, também, sobre decisões terapêuticas relevantes para os cuidados com a lesão.

De acordo com o documento Cuidados com a Integridade Cutânea, elaborado pelo EBSERH (Hospitais Universitários Federais)², cada letra do acrônimo pode ser resumida da seguinte maneira:

T – Tissue (Tecido inviável):

[…] É necessário avaliar as condições do tecido. Se ele estiver inviável, necrótico ou deficiente, é recomendável realizar o desbridamento, que pode ser instrumental, autolítico, enzimático, mecânico ou biológico […], a fim de remover o tecido desvitalizado, restaurar a base da ferida e da matriz extracelular e obter tecido viável no leito da ferida. 

I – Infection (Infecção ou inflamação):

Trata-se do tecido com alta contagem bacteriana ou inflamação prolongada, com número elevado de citocinas inflamatórias. […] Nessa situação é necessário realizar a limpeza da ferida e avaliar as condições tópicas sistêmicas e o uso de anti-inflamatórios e antimicrobianos. 

M – Moisture (Manutenção da umidade):

Para que ocorra a cicatrização, é necessário o equilíbrio da umidade da ferida. Enquanto o leito da ferida ressecado ocasiona uma migração lenta das células epiteliais, o excesso de exsudato também é prejudicial, pois pode provocar maceração da margem e da pele perilesional […]. 

E – Edge (Epitelização das bordas):

É a situação em que, no processo de cicatrização, há progressão da cobertura epitelial a partir das bordas. Quando não há migração de queratinócitos, as células da ferida não respondem; há matriz extracelular, mas a atividade das proteases é anormal.” ²

R – Regeneration (Regeneração):

Observar se há lentidão na cicatrização da ferida.

S – Social factors (Fator social):

Fatores sociais relacionados ao paciente.

Portanto, para garantir que a cicatrização de feridas ocorra sem problemas, é necessário estar atento a esses quatro princípios, assegurando que eles apresentem um status adequado para que o processo de cicatrização ocorra normalmente, sem atrasos.

Referências:

Protocolo de cuidado de feridas.
Disponível em: https://bit.ly/448gPNi ¹

Cuidados com a Integridade Cutânea – EBSERH (Hospitais Universitários Federais).
Disponível em: https://bit.ly/45uoMgQ ²


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