Miniguia de Informações Básicas: Lesão por Pressão

Lesão por Pressão

O que é a Lesão por Pressão?

A Lesão por Pressão é um dano que ocorre na pele e/ou tecidos mais profundos, que pode alcançar músculos e ossos. Ela é resultado da pressão intensa exercida no local, geralmente sobre proeminências ósseas ou por conta do uso de algum dispositivo médico, como sondas e cateteres.¹ Ela pode ser resultante de pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento.³

Como a Lesão por Pressão acontece?

Quando a pele é pressionada, pequenos vasos sanguíneos que fornecem nutrientes e oxigênio são comprimidos e passam a não desempenhar sua função. A pele sem nutrientes e oxigênio tem seus tecidos mortos e a lesão se forma. ¹

Dentre os fatores que podem causar Lesão por Pressão estão a imobilidade do paciente e a falta de sensibilidade, que quando estão juntas são as principais causas da LP.

Quais são os locais mais comuns da Lesão por Pressão?

Regiões com proeminências ósseas são as que mais causam pressão na pele e tecidos, seja contra outras partes do corpo, seja com os acessórios do ambiente, como cama, maca ou cadeira.

Quando a pessoa fica deitada de costas, a maior probabilidade de lesões se dá na região baixa das costas (sacro), nádegas e calcanhares. Se ficar deitada na lateral, região superior da coxa (trocânter) e no lado do pé (maléolo) são os pontos mais acometidos.

No paciente em cadeira de rodas, que passa a maior parte do tempo sentado, o ponto de lesão depende da posição em que a pessoa senta, mas o mais comum é na região isquiática (osso da bacia), mas pode também ser o cóccix e região sacral.

Além disso, a LP não é incomum em joelhos, ossos do ombro, parte posterior da cabeça e espinha.¹

Quais são os estágios da Lesão por Pressão?

As Lesões por Pressão variam em gravidade de estágio 1 a 4. Confira cada um dos estágios:

  • Estágio 1 – A pele ainda é íntegra, mas possui eritema que não embranquece ². Ou seja, o sinal de vermelhidão já indica o desenvolvimento da lesão e este sinal pode ser difícil de visualizar em pessoas com pele de tonalidade mais escura, porém, a região costuma ficar endurecida.¹
  • Estágio 2 – Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme. O leito da ferida é viável; rosa ou vermelho; úmido; e pode conter bolha intacta ou rompida. Não é possível ver o tecido adiposo e tecidos profundos.
  • Estágio 3 – Perda da pele em sua espessura total, na qual a gordura é visível e em que é frequente tecido de granulação e epíbole. Esfacelo ou escara podem estar visíveis.
  • Estágio 4 – Perda de pele em sua espessura total ou perda tissular com exposição ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. Esfacelo ou escara podem estar visíveis. Epíbole, descolamento e túneis ocorrem frequentemente.²

Vale ressaltar que, quando o esfacelo ou escara prejudicam a identificação da extensão da perda tissular, a LP deve ser classificada como Lesão por Pressão Não Classificável.

Há ainda a Lesão por Pressão Tissular Profunda, que possui pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha escura, marrom ou púrpura ou separação epidérmica que mostra lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento. ²

Fatores de risco para desenvolvimento da lesão por pressão

Os fatores que trazem maior risco para a formação de Lesão por Pressão podem estar isolados ou virem em conjunto. Dentre os que mais contribuem para a formação das lesões estão:

  • Imobilidade – A pressão dos pontos críticos aumenta com a permanência da posição.
  • Falta de controle para urinar e evacuar – A umidade da pele suja pode ocasionar LP.
  • Permanência em cama ou cadeira – Mesmo que a pessoa se movimente um pouco, os pontos de pressão tendem a serem os mesmos quando a pessoa está deitada ou na cadeira.
  • Falta de lucidez mental e sensibilidade – A pessoa fica sem discernimento para entender que a pressão que está sendo exercida sobre determinado ponto pode ocasionar LP. Nutrição inadequada – A pele não recebe os nutrientes necessários para se manter sadia e cicatrizar. ¹

Sinais da Lesão por Pressão

Para evitar a LP é preciso atenção, pois a avaliação da pele deve ser feita por inspeção visual e tátil, sendo que as primeiras indicações de uma Lesão por Pressão em desenvolvimento incluem:

  • Mudança de coloração (vermelhidão/ eritema);
  • Alteração da textura da pele;
  • Alteração da sensibilidade da superfície da pele.

 Em pessoas negras, os seguintes sinais podem estar presentes:

  • Eritema persistente (hiperemia não reativa);
  • Bolhas;
  • Descoloração (áreas localizadas de coloração roxa/ azul);
  • Calor, edema e endurecimento localizado.

As condições da pele devem ser analisadas pelo menos uma vez ao dia para pacientes com baixo risco e até três vezes para os que possuem risco alto ou muito alto. Pode ser necessário o aumento da frequência na ocorrência de piora do estado clínico do paciente. ³

Referências:

1.      Guia Para Prevenção da Lessão por Pressão – Feridas Crônicas – Disponível em: https://bit.ly/3tJQbud Acesso em outubro de 2022. 

2.      Prevenção e Manejo da Lesão por Pressão: Segurança do Paciente – Feridas Crônicas – Disponível em https://eerp.usp.br/feridascronicas/recurso_educacional_lp_1_4.html. Acesso em outubro de 2022. 3.      Protocolo de Prevenção de Úlcera por Pressão – Albert Einstein – Disponível em https://proqualis.net/sites/proqualis.net/files/000000626EFt3qN.pdf Acesso em outubro de 2022.


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