De acordo com o National Pressure Injury Advisory Panel (NPIAP), a lesão por pressão (LP) é um dano localizado na pele ou tecidos subjacentes. Geralmente, ela ocorre sobre uma proeminência óssea e é causada pela pressão prolongada ou forte em conjunto com uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos ao paciente. Além disso, essa lesão pode se apresentar em pele íntegra ou, ainda, como úlcera aberta, causando uma grande dor para o paciente.¹
Portanto, de forma resumida, a lesão por pressão é uma ferida provocada pela pressão exercida sobre a pele e, dessa forma, ela geralmente ocorre em áreas de proeminências ósseas, causando interrupção da passagem do sangue e causando diversas complicações.
Como a Lesão por Pressão acontece?
De acordo com o que mostra a literatura, a grande maioria das lesões por pressão acontecem a partir da compressão dos tecidos moles entre uma proeminência óssea (como calcanhar, tornozelo, cóccix e muitas outras), e uma superfície externa, como um colchão ou cadeira.
Para que a lesão se forme, a pressão exercida precisa ser ou muito intensa ou prolongada, causando a diminuição da irrigação sanguínea e, consequentemente, impedindo o fluxo sanguíneo para os tecidos próximos à área de pressão, o que corta o fornecimento de oxigênio para as células, causando isquemia local, inflamação e morte celular, o que resulta na ferida e, posteriormente, pode causar necrose e destruição dos tecidos próximos ao osso. ⁴
A pressão necessária para que aconteça algum dano ao tecido varia de acordo com diversos fatores, pertinentes tanto aos cuidados que estão sendo dispensados ao paciente quanto às suas características individuais como estilo de vida, idade e condições pré-existentes.
Apesar dos processos que levam ao surgimento da lesão por pressão serem bem conhecidos, a prevenção desse problema ainda é um grande desafio para as instituições de saúde, vide o alto número de casos dessa complicação. Sendo assim, a LP se tornou um problema de saúde pública e hoje a sua prevalência é um dos indicadores para avaliar a qualidade da assistência prestada nas instituições hospitalares.
Por que é fundamental prevenir a Lesão por Pressão?
Considerando todas essas informações, fica claro que a LP tem potencial de causar grandes impactos negativos, tanto para os pacientes quanto para as instituições de saúde pois, se por um lado ela causa dor, desconforto e sofrimento para o paciente, diminuindo sua qualidade de vida e aumentando o tempo de internação e as chances de sepse e mortalidade, por outro, ela também aumenta muito os custos do tratamento, onerando as instituições de saúde que passam a ter que dispensar uma maior fatia de seus recursos, monetários e de profissionais, para cuidar de pacientes com essa complicação.
Nesse sentido, prevenir a lesão por pressão deve ser uma das prioridades dos serviços de saúde a fim de evitar a deterioração da saúde do paciente e gastos excessivos.
Agora que a importância da prevenção está clara, é preciso conhecer os fatores intrínsecos e extrínsecos que provocam a lesão por pressão, assim como as condições de risco.³
Fatores extrínsecos causadores de Lesão por Pressão:
- Umidade – torna a pele mais sensível, enfraquecendo-a, diminuindo a sua resistência e favorecendo a maceração
- Calor – aumenta a taxa metabólica, induz a transpiração e diminui a tolerância do tecido à pressão;
- Pressão – impede a circulação sanguínea e interrompe o fluxo de oxigênio, causando isquemia;
- Fricção – é a movimentação da pele contra a superfície de suporte;
- Força de cisalhamento – é a interação da gravidade com a fricção. Acontece quando a pele, tecidos profundos e a proeminência óssea deslizam uma sobre a outra.
Fatores intrínsecos causadores de Lesão por Pressão:
- Excesso ou deficiência de peso/massa corporal;
- Deficiência nutricional;
- Desidratação;
- Extremos de idade;
- Problemas de pressão baixa;
- Incontinência urinária e/ou fecal;
- Temperatura do corpo elevada;
- Infecções sistêmicas ou locais;
- Doenças crônicas;
- Uso contínuo de medicamentos sedativos, anestésicos, corticoides ou vasoativos.
Quais são as condições de risco para desenvolvimento de Lesão por Pressão?
- Mobilidade prejudicada (pacientes acamados e cadeirantes);
- Percepção sensorial comprometida (térmica e tátil);
- Uso de dispositivos médicos e outros artigos;
- Procedimentos anestésicos cirúrgicos.
Considerando esses fatores e também as condições de risco, é fundamental aplicar medidas de prevenção para evitar o desenvolvimento das lesões por pressão.
Dicas gerais de prevenção da Lesão por Pressão
De acordo com o EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), em sua publicação “Prevenção e Tratamento de Lesão Por Pressão”², as principais estratégias de prevenção da LP são divididas de acordo com o risco e incluem:
“Pacientes com Baixo Risco para LP:
- Auxiliar a mudança de decúbito e movimentação;
- Proporcionar posição confortável;
- Manter cabeceira elevada;
- Proteger a pele das proeminências ósseas;
- Realizar higiene corporal;
- Implementar cuidados com eliminação urinária;
- Controlar a umidade da pele;
- Monitorar fontes de pressão e fricção da pele;
- Inspecionar a pele em busca de pontos hiperemiados.
Pacientes com Moderado Risco para LP:
- Realizar a mudança de decúbito;
- Manter colchão de fluxo de ar alternado;
- Proteger a pele para evitar rompimento;
- Utilizar protetor de espuma do tipo piramidal para calcâneo e maléolo;
- Proteger a pele das proeminências ósseas.
Pacientes com Alto e Muito Alto Risco para LP
- Promover segurança e conforto;
- Proporcionar posição confortável ao cliente;
- Investigar com o paciente fatores que aliviam/pioram a dor como: posicionamento, aplicação de calor ou frio, repouso ou movimento;
- Avaliar a necessidade de administrar analgesia;
- Reavaliar a dor de 30 minutos a 1 hora após manejo.”²
Vale ressaltar ainda que ter soluções seguras e de qualidade é essencial para contribuir com a prevenção da lesão por pressão. Na Júpiter você encontra os melhores curativos profiláticos, que protegem a pele e dispersam as forças extrínsecas causadoras de LP, assim como posicionadores que ajudam na redistribuição de pressão fluidificada para auxiliar no posicionamento do paciente, facilitando a redistribuição da pressão sobre uma área de superfície maior.
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Referências
Guia para Prevenção da Lesão por Pressão: orientação para pacientes adultos e familiares. – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP). Disponível em: https://eerp.usp.br/feridascronicas/cartilha_lp.html¹
Protocolo de Prevenção e Tratamento de Lesão por Pressão – EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). ²
Procedimento Operacional Padrão de Prevenção de Lesão por Pressão – EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). ³
Úlcera De Pressão: Fatores De Risco Em Pacientes Hospitalizados – Revista Fametro (Faculdade Metropolitana de Manaus).⁴
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