Infecção Cirúrgica: como ocorre e prevenção

Infecção Cirúrgica

As feridas cirúrgicas são lesões agudas e intencionais, produzidas por um objeto cortante para que seja possível realizar um procedimento cirúrgico. De forma geral, esse tipo de ferida tende a cicatrizar rapidamente, de forma espontânea, desde que sejam seguidas as devidas diretrizes de segurança durante o procedimento e, também, após a cirurgia, evitando infecção cirúrgica complicações que possam prejudicar a qualidade de vida do paciente.¹

Nesse sentido, entre os eventos adversos que os profissionais de saúde precisam evitar após um procedimento cirúrgico, inclui-se a infecção, assunto que abordaremos ao longo deste artigo.

Quais são os tipos de cirurgia?

Para entender os motivos que podem levar a uma infecção, tanto de ferida cirúrgica quanto generalizada, é preciso ressaltar, primeiro, que existem alguns fatores que podem favorecer esse tipo de complicação, inclusive relacionados ao procedimento. Por exemplo, alguns tipos de cirurgias, como as de pacientes queimados e pertinentes ao sistema cardíaco, podem favorecer a ocorrência de infecções durante o procedimento. Além disso, cirurgias realizadas em grandes hospitais e, até mesmo, a população adulta (em comparação à pediátrica) estão mais suscetíveis.²

Nesse sentido, passou-se a classificar as cirurgias de acordo com o potencial de contaminação que apresentam. Conforme o documento disponibilizado pela Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) do Estado de São Paulo, as categorias se dão da seguinte forma:²

  • Cirurgias Limpas: sítio cirúrgico sem sinais de inflamação, sem contato com trato respiratório, alimentar genital e urinário. O fechamento deve ser primário com drenagem quando necessário. 
  • Cirurgias Potencialmente Contaminadas: sítio cirúrgico entra nos tratos respiratório, genital, gastrointestinal ou urinário em condições controladas e sem contaminação acidental. 
  • Cirurgias Contaminadas: feridas abertas acidentalmente ou cirurgias com quebra importante de técnica asséptica ou grande contaminação do trato gastrintestinal. Cirurgias que entram no trato urinário com urina infecciosa ou trato biliar com bile infectada ou cirurgias onde é achado tecido inflamatório agudo não purulento. 
  • Cirurgias Infectadas: lesões traumáticas antigas com tecido desvitalizado, corpo estranho, contaminação fecalóide, quando há perfuração inesperada de víscera.”²

Os perigos da infecção após a cirurgia

Agora que a classificação quanto ao tipo de cirurgia, considerando o potencial de contaminação, está mais clara, é necessário ressaltar, também, a extensão desse problema e seu impacto, tanto na qualidade de vida dos pacientes, quanto na instituição de saúde.³

Quando falamos em incidência de infecção nos pacientes cirúrgicos, a maioria dos casos são representados pela infecção de ferida ou infecção de sítio cirúrgico, sendo que esta última corresponde a cerca de 38% do total das infecções hospitalares em pacientes cirúrgicos e 16% dos casos totais de infecções hospitalares.² 

Independente da origem da infecção, sendo ela decorrente da ferida ou do procedimento, ela é responsável por aumentar a morbimortalidade e se trata de um problema que constitui um grande risco para pacientes, podendo causar sérias complicações e, ainda, ampliar o tempo de internação e os custos com cuidados.³

Quais são os tipos de infecção de sítio cirúrgico?

É claro que as consequências da infecção após um procedimento cirúrgico são graves, sendo assim, saber reconhecê-la e diagnosticá-la corretamente deve ser uma prioridade. Nesse sentido, com o passar dos anos foi reconhecida a importância e necessidade de padronizar o diagnóstico epidemiológico das infecções de sítio cirúrgico para que seja possível acompanhar e comparar serviços e instituições.

Para que essa padronização fosse possível, foi criado pelo  Center for Diseases Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, definições que são utilizadas em todo o mundo quanto às infecções de sítio cirúrgico:³

Infecção de Sítio Cirúrgico Incisional Superficial:

  • Esse tipo de infecção envolve somente a pele e tecido subcutâneo, ocorrendo em 30 dias após o procedimento e apresentando ao menos um dos sintomas a seguir:
  • “Drenagem de secreção purulenta da incisão;
  • Microrganismo isolado de maneira asséptica de secreção ou tecido;
  • Pelo menos um dos sinais e sintomas e a abertura deliberada dos pontos pelo cirurgião exceto se cultura negativa: dor, edema, eritema ou calor local;
  • Diagnóstico de infecção pelo médico que acompanha o paciente.”³

Infecção do Sítio Cirúrgico Incisional Profunda:

  • Esse tipo de infecção envolve tecidos moles profundos, ocorrendo em 30 dias após o procedimento, se não ocorrer colocação de implante, ou um ano após o procedimento, se houver colocação de implante. Deve apresentar ao menos um dos sintomas a seguir:
  • “Drenagem purulenta de incisão profunda;
  • Incisão profunda com deiscência espontânea ou deliberadamente aberta pelo cirurgião quando o paciente apresentar pelo menos um dos sinais ou sintomas: febre, dor localizada, edema e rubor exceto se cultura negativa;
  • Abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo fáscia ou músculo, achada ao exame direto, re-operação, histopatológico ou radiológico;
  • Diagnóstico de infecção incisional profunda pelo médico que acompanha o paciente.”³

Infecção Cirúrgica de órgão/espaço:

  • Esse tipo de infecção envolve qualquer outra região anatômica do sítio cirúrgico que não seja onde foi feita a incisão, ocorrendo em 30 dias após o procedimento, se não ocorrer colocação de implante, ou um ano após o procedimento, se houver colocação de implante. Deve apresentar ao menos um dos sintomas a seguir:
  • “Drenagem purulenta por dreno locado em órgão ou cavidade;
  • Microrganismo isolado de maneira asséptica de secreção ou tecido de órgão ou cavidade;
  • Abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo órgão ou cavidade achada ao exame direto, reoperação, histopatológico ou radiológico;
  • Diagnóstico de infecção de órgão/espaço pelo médico que acompanha o paciente.”³

Como prevenir a infecção decorrente de cirurgia?

Para garantir a segurança de pacientes durante e após procedimentos cirúrgicos, os cuidados devem começar no pré-operatório. Isso inclui a preparação correta do indivíduo, instrumentais médicos, paramentação cirúrgica e, até mesmo, do ambiente, ou seja, da sala de cirurgia. Para saber com mais detalhes sobre esses pontos, confira o artigo no qual esmiuçamos “Como Evitar a Infecção Em Sítio Cirúrgico?

Além desses cuidados, também é primordial tratar corretamente a ferida cirúrgica, adotando medidas que ajudem a diminuir as chances de ocorrer contaminação através dessa lesão. Para tornar isso possível, é preciso que se proteja a ferida com um curativo adequado, que ofereça suporte à mobilidade do paciente, proteja contra microrganismos, seja gentil para a pele e também possa permanecer por mais tempo. Assim, evitando trocas frequentes que são, reconhecidamente, responsáveis por aumentar o risco de contaminação a partir do ambiente externo.

Entre os curativos pós-operatórios existentes no mercado, destacamos a solução Mepilex Border Post-Op, uma cobertura pós-operatória flexível e extra adaptável que garante muito mais conforto para os pacientes. Além de sua camada de contato com adesivo de silicone que minimiza a dor, Mepilex Border Post-Op possui estrutura altamente absorvente, para reduzir a frequência de troca de coberturas, e tecnologia Flex para flexibilidade extra, ideal para articulações como, por exemplo, quadris e joelhos.¹

Para conhecer todas as informações sobre essa solução, você pode acessar o catálogo virtual da Júpiter ou entrar em contato conosco. Estamos prontos para entender a demanda da sua instituição e oferecer a melhor solução.

Referências:

O Que É Deiscência De Ferida Cirúrgica? – Júpiter Distribuidora. Disponível em: https://jupiterdistribuidora.com.br/o-que-e-deiscencia-de-ferida-cirurgica/ ¹

Infecção em Sítio Cirúrgico – Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) – Centro De Vigilância Epidemiológica – Secretaria do Estado de São Paulo. ²

Seguimento Pós-Alta do Paciente Cirúrgico: Uma Análise da Importância da Subnotificação da Incidência da Infecção do Sítio Cirúrgico – Revista Mineira de Enfermagem (REME) ³

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