Entenda a Úlcera Arterial

Úlcera Arterial

Uma condição bastante conhecida, de alta prevalência e que gera grandes custos para os órgãos de saúde é a úlcera crônica de membros inferiores (MMII). Dentre este tipo de úlcera estão as arteriais, causadas por problemas na circulação sanguínea, que são dolorosas e de difícil tratamento. Saiba mais sobre elas em nosso artigo e entenda os conceitos, fatores de risco e tratamento.

O que é Úlcera Arterial 

As úlceras arteriais são lesões de pele causadas por problemas de circulação sanguínea que surgem nos membros inferiores. Ou seja, “decorrem da inadequada perfusão tecidual nos pés e nas pernas, devido a bloqueio completo ou parcial do suprimento arterial”.¹

A profundidade dessas úlceras varia, podendo até mesmo ser profunda e acometer músculos e tendões. Dentre suas características está a de serem circundadas por pele de coloração vermelha ou cianótica e apresentarem pouca quantidade de exsudato com secreção seropurulenta, edema local pequeno, palidez com aspecto necrótico, pele fria e odor fétido. “Apresentam dimensões pequenas e arredondadas, de difícil cicatrização e extremamente dolorosas, sendo a aterosclerose, a doença subjacente na maioria dos casos.”¹

Quais são os fatores de risco?

Como já mencionamos, uma das causas de úlceras arteriais é a aterosclerose – acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias e dentro delas. Além disso, há os seguintes fatores de risco que colaboram para o aparecimento dessas úlceras:

  • Perfusão tissular prejudicada (doenças cardiopulmonares, obesidade);
  • Doenças endócrinas e metabólicas (diabetes mellitus, insuficiência renal crônica);
  • Imunossupressão;
  • Tabagismo;
  • Drogas (corticosteróides, quimioterápicos);
  • Doença mista do tecido conectivo (artrite reumatoide, lúpus eritematoso, esclerodermia, dermatomiosite, polimiosite);
  • Alergias – dermatite de contato, hipersensibilidade imediata ou tardia, sensibilidade ao látex;
  • Osteomielite. ²

Como realizar o diagnóstico da Úlcera Arterial?

Quando o assunto é úlcera arterial, é muito importante estar atento aos mais diferentes fatores para conseguir garantir o diagnóstico adequado, uma vez que o tratamento inadequado feito por diagnóstico errôneo pode acarretar graves consequências. Em primeiro lugar, é necessário realizar a anamnese e exame físico, quando é necessário verificar os seguintes itens:

  • A idade do paciente;
  • A presença de fatores de risco como tabagismo, sedentarismo e hábitos de vida;
  • Diagnósticos médicos como Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão Arterial, Dislipidemia ou Insuficiência Renal Crônica (IRC);
  • Tratamentos farmacológicos que podem interferir no processo de cicatrização como corticoides, imunossupressores ou drogas citotóxicas;
  • O estado nutricional e de hidratação do paciente;
  • Higiene corporal e da lesão se houver alguma;
  • Se existe a presença de lesões e dificuldade para realizar atividades básicas de rotina.³

A avaliação inicial inclui história clínica minuciosa, com revisão de sistemas e exame físico completo, incluindo avaliação vascular e descrição abrangente da ferida.

Qual a diferença entre a Úlcera Arterial e Úlcera Venosa?

Úlceras venosas e arteriais são ambas causadas por problemas de circulação, porém, cada uma delas apresenta mecanismos fisiopatológicos diferentes. As úlceras arteriais são causadas por obstrução nas artérias, com consequente diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo. Já as úlceras venosas acontecem pela deficiência do sangue em retornar ao coração.

Características como localização e aparência clínica das úlceras crônicas de membros inferiores usualmente auxiliam na distinção entre venosas e arteriais. 4

Com relação à localização, enquanto as úlceras venosas ocorrem na região de maléolo medial ou lateral, as arteriais são sobre as articulações dos pododáctilos, maléolos (sobre proeminências ósseas), perna anterior, base do calcanhar e pontos de pressão.

Já os aspectos aparentes se diferenciam por suas bases, uma vez que a arterial possui base seca e pálida ou necrótica (tecido fibroso enegrecido), pouco exsudativas, geralmente rasas, podendo ser médias ou profundas. E a venosa, base com rede de fibrina e tecido de granulação, exsudato comum e abundante, úlceras rasas, que podem ser grandes, às vezes circunferenciais.

Outras diferenças se fazem presentes, como o fato da dor da arterial costumar ser mais grave e piorar com o frio ou elevação do membro; o pulso arterial estar ausente na primeira e presente na segunda; e quanto às alterações da pele, que na úlcera arterial apresenta aspecto brilhante, tenso, rarefação pilosa; rubor do pé, com palidez à elevação da perna. Enquanto na venosa há eritema, hiperpigmentação marrom-azulada que pode ser pontual ou difusa – alterações de “estase”, atrofia branca, edema, pele seca, veias varicosas comuns, sinais de lipodermatoesclerose e frequente acometimento bilateral.⁴

Como deve ser feito o tratamento da Úlcera Arterial?

As úlceras arteriais precisam ser tratadas para levar alívio ao paciente, restabelecer a sua função e devolvê-lo ao convívio social.² A dor e o desconforto devem ser minimizados assim que possível, evitando seu isolamento e desmotivação. “O sucesso no tratamento de pessoas com úlcera de perna está associado com a motivação […] Concomitantemente, recomenda-se que o enfermeiro adquira e utilize informação sobre o ambiente/ contexto sociocultural em que o cliente vive, o suporte social existente e a sua qualidade, a profissão que desempenha e os seus hábitos de vida, bem como uma abordagem centrada no controle da dor”.⁵

Além disso, o tratamento deve incidir na preparação do leito da ferida, limpeza da ferida e aplicação de curativos adequados, escolhidos de acordo com as características específicas da ferida em questão. Para isso, é essencial contar com o apoio de um enfermeiro especialista no tratamento de feridas, que irá considerar as soluções disponíveis e selecionar a melhor para o tratamento.

Na Júpiter, você encontrará ambos: os melhores curativos do mercado e profissionais prontos para te apoiar na escolha do melhor tratamento. Para saber mais sobre úlceras arteriais e tirar suas dúvidas, entre em contato conosco!

Referências:

1 – Impacto das úlceras arteriais na qualidade de vida sob a percepção dos pacientes – Revista de Enfermagem – disponível em:
https://bit.ly/3gX5AVB

2 – Caso complexo Ilha das Flores Feridas – Universidade Aberta do SUS – disponível em:
https://bit.ly/3VtCyvA

3- Base de conhecimento da Júpiter Distribuidora – úlcera arterial – disponível em:
https://jupiterdistribuidora.com.br/base-de-conhecimento/feridas-cronicas/ulcera-arterial/

4 – Como diferenciar a etiologia das úlceras crônicas dos membros inferiores – TelessaúdeRS – disponível em:
https://bit.ly/3H7OuPm

5 – A pessoa com úlcera de perna, intervenção estruturada dos cuidados de enfermagem: revisão sistemática da literatura – disponível em:
https://bit.ly/3P38rJ4


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