Biofilme: tudo o que você precisa saber

Biofilme

Você sabe o que são os Biofilmes e por que eles são conhecidos como os inimigos invisíveis nas Centrais de Materiais e Esterilização? Nesse artigo, vamos definir o que é o Biofilme, explicar suas fases e, também, discorrer sobre o perigo que ele representa.

O que é o Biofilme?

Biofilme é o nome dado para comunidades complexas que podem ser formadas por bactérias, fungos, protozoários e algas. Essas comunidades se desenvolvem aderidas a uma superfície que pode ser biótica, ou seja, um ser vivo, ou abiótica, como superfícies e dispositivos médico-hospitalares, incluindo cateteres, sondas e instrumentais utilizados em atendimentos e cirurgias.¹

Quanto à composição, os Biofilmes são feitos de água, material polimérico extracelular (polissacarídeos, proteínas e lipídeos) e resíduo do ambiente colonizado. Esse composto forma uma estrutura hidratada e porosa, que contém exopolissacarídeos. Proporcionalmente, a água representa a maior parte da massa total do Biofilme (variando entre 70 a 97%), enquanto que os microrganismos presentes representam cerca de 10%.³

Assim, os Biofilmes, são revestidos por uma camada heterogênea chamada de matriz extracelular ou exopolissacarídeo (EPS)³, que é composta por polissacarídeos, proteínas e ácidos nucleicos, produzidos pelos próprios microrganismos formadores do Biofilme¹; e componentes do ambiente, como proteínas, detritos e matéria inorgânica, formando, dessa forma, uma composição bastante complexa. ³

Devido a essa matriz extracelular, o Biofilme se comporta fisiologicamente diferente dos microrganismos “normais” no que diz respeito ao seu crescimento e resistência à agentes antimicrobianos. Assim, sendo bastante difícil eliminá-lo, o que o torna bastante perigoso.¹

Por que os Biofilmes podem ser perigosos?

Como apontado, os Biofilmes podem ser aderidos tanto em superfícies bióticas quanto abióticas. Nesse sentido, um problema recorrente com eles é a adesão nos instrumentais médico-hospitalares passíveis de reprocessamento.

Portanto, nas Centrais de Materiais e Esterilização, setor responsável por realizar a limpeza desses artigos para saúde, o Biofilme é considerado um inimigo invisível. Além de aderir aos materiais utilizados em atendimentos, exames e cirurgias, ele possui uma alta resistência à agentes antimicrobianos devido a sua matriz extracelular. Com isso, ele pode comprometer a segurança do reprocessamento de materiais e, por consequência, dos pacientes durante os atendimentos, pois estes se tornam suscetíveis a contraírem infecções relacionadas ao Biofilme presente nos artigos.

De acordo com o ‘‘National Institute of Health” (NIH), os Biofilmes possuem relação com cerca de 80% de todas as infecções médicas no mundo¹. Isso acontece porque, além de aderir aos artigos médicos, se tornando mais resistente às soluções de limpeza, o Biofilme pode, eventualmente, se “desprender” do instrumental, sendo transferido para pacientes, como veremos com mais detalhes a seguir, durante a explicação sobre as fases do Biofilme.

Portanto, os Biofilmes são considerados agentes perigosos, pois desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de doenças infecciosas, além de serem resistentes aos agentes antimicrobianos.

Quais são as fases do Biofilme?

Para que seja possível compreender mais detalhes sobre o potencial risco provocado pelo Biofilme, é preciso entender, também, suas fases. 

De acordo com um artigo divulgado no XIV Encontro Latino-Americano de Iniciação Científica, as fases do Biofilme podem ser resumidas da seguinte forma:³

“1ª Fase – Transporte de células livres do meio líquido para uma superfície sólida e sua subsequente fixação;

2ª Fase – Crescimento e divisão de células fixas à custa de nutrientes provenientes do líquido circundante, conjuntamente com a produção e excreção de EPS;

3ª Fase – Fixação de células bacterianas flutuantes (e outras partículas), contribuindo para a acumulação do biofilme;

4ª Fase – Libertação de material celular por vários tipos de mecanismos: (a) erosão superficial (perda de células individuais), (b) descolamento (“sloughing off”), (c), abrasão e (d) ataque por predadores.”

Na fase 1, a fixação do Biofilme ainda é reversível, mas, em poucos minutos, quando ocorre a fase 2, a fixação já passa a ser irreversível, pois é quando as bactérias começam a se multiplicar e secretar o EPS (exopolissacarídeos), responsável por facilitar a adesão e “proteger” o Biofilme. No estágio 3, a comunidade já consegue resistir às tensões mecânicas e possui sistemas complexos para troca de nutrientes. No estágio 4, o Biofilme está em sua espessura final e ocorre a dispersão celular, a partir da qual há o “desprendimento” de pedaços do Biofilme através de diferentes processos, o que possibilita a colonização de novos ambientes.³

Como eliminar o Biofilme?

Por serem bastante resistentes devido à matriz extracelular, o Biofilme nos artigos hospitalares só pode ser eliminado através de estratégias que envolvem a adoção de diretrizes e uso de soluções específicas.

De modo geral, os detergentes neutros ou alcalinos não são capazes de remover totalmente o biofilme, portanto, o seu uso apenas não é eficaz. Assim sendo, é necessário adotar etapas complementares, como por exemplo, a aplicação de detergentes enzimáticos, ou seja, que possuem enzimas em sua composição.⁴

As enzimas são capazes de promover a ruptura da matriz extracelular, o que irá permitir que as soluções antimicrobianas possam, de fato, agir contra os microrganismos, auxiliando na remoção de Biofilmes. Vale lembrar também que, como citado, a matriz é um formada por um composto complexo. Por isso, pode ser necessário utilizar uma mistura de enzimas para garantir a quebra da proteção do Biofilme!⁴

Nesse sentido, é fundamental contar com as melhores soluções enzimáticas e antimicrobianas para realizar o reprocessamento de materiais e assegurar a remoção do Biofilme. Agora, na Júpiter Distribuidora, você encontra essas soluções. Em nosso catálogo de produtos, temos a linha Profilática, com inúmeras soluções para desinfecção de alto nível, limpeza e tratamento de instrumentais. Tudo para que seja possível garantir a biossegurança em hospitais e demais instituições de saúde.

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Referência:

Biofilmes bacterianos: colonização e identificação de micro-organismos causadores de infecção em cateter venoso central – Centro Universitário de Brasília (UNICEUB); Faculdade de Ciências da Educação e da Saúde (FACES)¹

Um estudo sobre os impactos dos biofilmes microbianos nas indústrias – XIV Encontro Latino Americano de Iniciação Científica²

Biofilms: microbes and disease – Brazilian Journal of Infectious Diseases³

Eficiência de detergentes na remoção de biofilmes de cepa de escherichia coli em superfície de aço inoxidável – Revista Uningá⁴


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