A Evolução do Tratamento de Feridas

Evolução do Tratamento de Feridas

Atualmente existem inúmeros curativos disponíveis, cada qual com sua tecnologia e finalidade, contudo, nem sempre foi assim, e muitas das técnicas que foram testadas ao longo dos anos não trouxeram o resultado esperado. 

Confira o texto a seguir para conhecer um pouco mais sobre a história do tratamento de feridas e, também, sobre o desenvolvimento e a importância de novas tecnologias para curativos.

A história do Tratamento de Feridas

Desde a pré-história o cuidado com as feridas era algo que causava preocupação. Nesse período, eram aplicados extratos de plantas, água, neve, gelo, frutas, lama, mel, leite, gordura animal, ovo e até resina nos ferimentos que, em geral, eram deixados descobertos.

Foram os egípcios que primeiro observaram que as feridas fechadas cicatrizavam com mais rapidez do que feridas expostas e, por isso, utilizavam tiras de pano para manter as bordas unidas. Além disso, também introduziram o uso da cauterização para a hemostasia e de minerais como cobre e o mercúrio no tratamento de feridas.

Em 300 a.C., Hipócrates, considerado o pai da medicina moderna, fazia recomendações de que as feridas fossem mantidas secas após serem lavadas com vinho ou vinagre e, também, que feridas contusas fossem tratadas com o uso de calor e pomadas para que fosse possível remover o material necrótico e reduzir a inflamação.

Além disso, também foi Hipócrates que definiu a cicatrização por primeira intenção, ou seja, quando as extremidades da pele são mantidas próximas umas das outras e, também, a cicatrização por segunda intenção, ou seja, quando há perda tecidual e as extremidades são mantidas distantes umas das outras.

Já logo no início da era Cristã, Celsius foi o primeiro a descrever os quatros sinais cardeais da inflamação (edema, calor, rubor e dor) e classificar os diferentes tipos de feridas em detalhes. Além disso, Celsius também defendia processos importantes para que a cicatrização da ferida pudesse ser bem-sucedida, como a remoção de corpos estranhos antes do fechamento, a sutura das feridas recentes e o desbridamento das contaminadas.

Continuando com o início do século X, Albucasis, um famoso cirurgião da época, divulgou os quatro métodos para controle de uma hemorragia:

  • Cauterização; 
  • Secção do vaso; 
  • Ligadura; 
  • Uso de soluções hemostáticas aplicadas na compressa que era amarrada sobre a ferida.

E foi Chauliac, no século XIV, que propôs os cinco princípios para o tratamento de feridas: 

  1. Remoção de corpos estranhos; 
  2. Reaproximação das partes separadas; 
  3. Manutenção de sua aposição; 
  4. Conservação dos tecidos; 
  5. Tratamento das complicações. 

No final do século XVIII e início do século XIX, os avanços da química levaram à diversas descobertas, incluindo de compostos de cloro e iodo, que passaram a ser utilizados para limpar materiais médicos e a pele.

E, finalmente, no século XX, com diversas novas informações, estudos e pesquisas conduzidas com o objetivo de identificar quais são os melhores tratamentos e entender a complexidade do processo de cicatrização que envolve fatores internos, externos, sistêmicos e locais, começou-se a entender, de fato, como funciona a reparação do tecido e pontos importantíssimos como a necessidade de manter o ambiente da ferida com boas condições de temperatura, hidratação e oxigenação para que seja possível obter sucesso no tratamento.¹

A importância de utilizar curativos adequados e tecnologia contemporânea no Tratamento de Feridas

Com todos esses anos de estudos, pesquisas e desenvolvimento de técnicas, ficou muito claro para os profissionais da saúde que, além de considerar as características e causas para o desenvolvimento da ferida, o tratamento também precisa estar alinhado com a evolução das fases de cicatrização, o que torna todo o processo extremamente dinâmico e exige dos profissionais um acompanhamento constante da evolução da ferida para que as soluções mais adequadas, de acordo com a necessidade do paciente, possam ser aplicadas.

Por isso, para que seja possível promover a rápida cicatrização e prevenir contaminações e infecções, é preciso escolher curativos que, apesar de compartilharem o objetivo comum de promover a cicatrização, atendam as especificidades de cada tipo de ferida.

Algumas das finalidades dos curativos são: 

  • Reaproximar as bordas separadas; 
  • Proteger a ferida contra contaminação e infecções de microrganismos nocivos; 
  • Promover hemostasia; 
  • Fazer desbridamento e remover o tecido necrótico; 
  • Reduzir o edema e absorver exsudato; 
  • Manter a umidade da superfície da lesão e fornecer isolamento térmico; 
  • Promover a cicatrização da lesão;
  • Diminuir a intensidade da dor;
  • Oferecer conforto psicológico, impedindo que o paciente tenha contato visual com a lesão.

É importante lembrar também que utilizar o curativo como ação de valor local, sem avaliar sua importância e o quadro clínico do indivíduo, não é a ação mais efetiva e, para que o curativo possa ser bem-sucedido, é necessário saber o que o que causou a lesão a ser tratada ou o que está impedindo a cicatrização. ²

Novas tecnologias desenvolvidas para facilitar e melhorar o Tratamento de Feridas

Ao longo dos anos os curativos evoluíram bastante e diversos recursos passaram a ser aplicados para o desenvolvimento de soluções que, além de auxiliarem na cicatrização e manterem microrganismos nocivos longe da ferida, também oferecem mais conforto e qualidade de vida para o paciente e facilitam o trabalho dos profissionais. Confira a seguir algumas tecnologias para curativos da Mölnlycke, uma empresa que desenvolve soluções médicas para melhorar a qualidade de vida das pessoas:

  • Tecnologia Hydrolock

A tecnologia Hydrolock, que foi utilizada para a criação do curativo Exufiber Ag+, bloqueia as bactérias nocivas no exsudato, equilibrando as principais características que você espera em um curativo de fibra gelificante.

Diferente das fibras gelificantes tradicionais, Exufiber Ag+ possui fibras firmemente emaranhadas que minimizam o espaço livre para o fluxo de fluídos ou exsudato, aumentando a integridade do curativo e tornando-o altamente resistente ao ambiente úmido, o que permite uma retenção superior que reduz os riscos de extravasamento e maceração, e possibilita a remoção inteira do curativo, sem deixar resíduos no leito da ferida.

  • Tecnologia Flex

A exclusiva tecnologia Flex, presente em Mepilex® Border Flex, oferece uma maior capacidade de permanência e adaptabilidade, promovendo mais flexibilidade e conforto para o paciente. Graças aos cortes em Y em suas camadas de retenção e de distribuição, a tecnologia Flex permite estender 360 graus, o que significa que a cobertura se adapta ao corpo mesmo em lugares de difícil aplicação e permanece no local por mais tempo em comparação com outras coberturas, dando mais liberdade para o paciente se mover.

Para que possamos entender a importância de tais tecnologias quando falamos sobre o tratamento de feridas, confira a seguir um estudo de caso, onde o tratamento foi realizado de forma holística, com a aplicação das soluções Exufiber Ag+, que possui a Tecnologia Hydrolocke, e Mepilex Border Flex, que possui a Tecnologia Flex:

“A paciente é uma mulher de 54 anos com insuficiência venosa crônica (IVC) com refluxo bilateral da veia safena magna, varizes grandes e úlcera venosa no tornozelo esquerdo que trabalha como empregada doméstica, permanecendo em média 10 horas por dia sem descansar. Ela tem um histórico de hipertensão arterial, depressão e insônia, além de síndrome da dor intensa, com uma pontuação na Escala Visual Analógica (EVA) de Dor classificada como 9 (sendo 0 sem dor e 10 dor intensa)

A paciente foi encaminhada à clínica em maio de 2019 com uma úlcera venosa crônica complicada, que estava presente há 17 anos sem sinais de cicatrização.

O tratamento incluiu suporte psicológico, controle da hipertensão arterial, aconselhamento nutricional, antibióticos orais […], escleroterapia com espuma guiada por ultrassom (UGFS) da veia safena e tributárias. Já o tratamento tópico da ferida incluiu desbridamento acentuado no leito da ferida, terapia de compressão (com bota de Unna) e, a solução Exufiber Ag+ foi escolhida como curativo primário junto com o Mepilex Border Flex como curativo secundário para ferida a ser utilizado sob compressão.” ³

Nesse caso específico, a paciente se recuperou em apenas 4 semanas após o início do tratamento, depois de 17 anos de sofrimento e dor com uma úlcera venosa não cicatrizante. O tratamento holístico combinado com curativos que foram desenvolvidos com a mais alta tecnologia foram fundamentais para a obtenção desses resultados.

Como apontado, o tratamento de feridas é um cuidado que começou a ser estudado há milhares de anos, e as técnicas desenvolvidas ao longo do tempo são incontáveis, assim como as substâncias e produtos que foram aplicados e produzidos com a esperança de obter os melhores resultados possíveis para a melhora e cicatrização das feridas.Embora atualmente muitos estudos e pesquisas já tenham sido desenvolvidos, o que permitiu o aperfeiçoamento e desenvolvimento de técnicas, soluções e produtos altamente eficazes para o tratamento de feridas, sempre há espaço para melhorias.

Assim, é necessário que os profissionais da área da saúde e as empresas fabricantes que entendem a importância e apostam no desenvolvimento das melhores soluções para o tratamento de feridas trabalhem em conjunto para entender as dores e necessidades dos enfermos para que possam conduzir novas pesquisas e criar soluções que atendam às necessidades dos pacientes.

Universidade Federal de Minas Gerais – Escola De Enfermagem – Tratamento De Feridas: avaliação de um protocolo¹

Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) – Coberturas para feridas²

Mölnlycke em parceria com o Dr. Marcelo Ruettimann Liberato de Moura, Cirurgião Vascular, Hospital São Rafael, Salvador, Bahia, Brasil – Relato – Caso Clínico de Úlcera Venosa crônica³


Acompanhe nosso Blog!

Nos siga nas redes sociais: FacebookInstagramLinkedIn e YouTube!

Compartilhe: